PINHAL INTERIOR SUL
(…) O pinhal, cada vez mais denso, afofa de verdura
as encostas e cabeços. Correm águas mais vivas e
abundantes e, no fundo dos barrancos, cultivam-
-se já milhos frescos. (…) No princípio do séc.
XIX ainda os castanheiros eram relativamente
frequentes nestas paragens (…)
A estrada… segue a vertente ocidental do Vale
da Ribeira da Sertã (…) subindo sempre, em
zona particularmente áspera e escassamente
habitada. (…) ao aproximar-se da cota elevada de
800m, e agora correndo ao longo da cumeada da serra de Alvelos, desvenda-se
um explêndido panorama formado pelos flancos da própria serra de Alvelos e os
de Lontreira, a desafiarem-se em alturas, revestidos de matas de pinhal bravio.
Lá no fundo, entrevê-se, de um lado o Zêzere contorcido, e do outro a ribeira
de Oleiros, nas suas margens estreitas, entre milharais. De fronte (…) erguem-se
as serras do Espinhal, Lousã, Cebola, S. Pedro do Açor e Estrela. A nascente, as
corcovas relativamente próximas do Cabeço-Rainha e Moradal.
Paisagem quase sempre grandiosa, mas privada, quase, de
sinais de presença humana.
Orlando Ribeiro,
Proença-a-Nova e Sertã
, in
Guia de Portugal,
Beira – Beira Baixa e Beira Alta
, 3º vol. Tomo II,
Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 1985
,
pp. 678 e 681
REGIÃO CENTRO
P i nha l I nter i or Su l
Vila de Rei
Sertã
Proença-a-Nova
Oleiros